terça-feira, 24 de março de 2015

Um olhar psicológico sobre a família


A família é um sistema em constante movimento, cujos membros estão relacionados uns aos outros, de tal forma que a mudança de vida de uma pessoa provoca alteração nos demais membros. 
Ela é o primeiro grupo ao qual uma pessoa pertence, sendo um espaço emocional e íntimo, em oposição ao mundo exterior.  para as primeiras trocas de afeto; de aquisição de conhecimentos básicos sobre o mundo e onde se ganha confiança para conviver com mais e diferentes pessoas.
Pode-se entender como família o conjunto de pessoas que apresentam grau de parentesco ou que vivem na mesma casa, dividindo as despesas.
Existem vários tipos de arranjos familiares. Há famílias formadas por pais e filhos (chamada família tradicional ou nuclear); avós, pais e filhos; pai ou mãe morando sozinho(a) com os filhos; pais idosos e filhos solteiros; amigos que moram juntos; o caso dos agregados que se associam ao grupo familiar; entre outros.
Então, não é indicado falar que uma família é “desestruturada”, mas que ela tem um arranjo que pode apresentar desajustamento e inadaptação no seu funcionamento.
A pessoa é fruto da relação familiar, social e cultural. Na família, todos os membros são importantes e formam uma unidade. Assim, um problema apresentado por um membro da família denuncia um conflito do meio em que ele vive.
A intervenção psicológica com família observa como essas pessoas se relacionam, quais as características dessa família, a posição que cada membro assume nessa estrutura, quais os papéis existentes, quem os ocupa, o quanto é rígido ou flexível a fronteira entre um papel e outro.
Quando um pai se mostra muito rígido na família, certamente ele resiste em dividir o seu poder com a esposa, o que pode ocasionar uma família desunida e com papéis fixos. A comunicação será bloqueada entre pai, mãe e filhos, o que resulta em falta de abertura para o diálogo. Dessa forma, os filhos podem sentir medo de conversar com o pai sobre diversos assuntos, enquanto a mãe pode se sentir desautorizada a ordenar e tomar decisões quanto à educação deles.
O relacionamento familiar se mostra complexo, pois é formado por subsistemas, como a relação entre marido - mulher, pais - filhos, mãe - filhos, e entre irmãos. O modo como cada segmento se comporta influencia os outros, existindo comportamentos complementares, formando uma engrenagem.
Marido e mulher que vivem brigas constantes e sentem dificuldade de se estabelecer como casal, refletem esse conflito na vida dos filhos. A criança manifesta a crise familiar em problemas de mau comportamento, dificuldade de se expressar, dificuldade de relacionamento, insegurança em casa e na escola e até em problemas de saúde. Por isso, quando um dos membros está em conflito, a família toda precisa de auxílio.
Mais do que o zelo para com as crianças, o objetivo do atendimento a famílias é possibilitar o diálogo sobre os sentimentos de cada membro, para que o conflito possa ser visto dentro uma dinâmica problemática na qual toda a família se implica.
Nesse sentido, não existe um membro totalmente culpado e outro totalmente inocente, pois cada um tem a sua parcela de responsabilidade e pode, de alguma forma, contribuir para que a família permaneça unida.
  


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