Semana
passada fui assistir ao filme Divertida Mente, da Disney, e quero compartilhar
com você as mensagens úteis que ele traz.
A
história se passa com a personagem principal Riley, uma garotinha de 11 anos
muito divertida que amava ficar com a família, brincar com o pai e a mãe, jogar
róquei na neve e se divertir com os amigos. Tudo isso, sendo bastante honesta com as
pessoas ao falar sempre a verdade.
Tudo
ia bem até que seus pais precisaram se mudar para São Francisco- Califórnia, que é uma
cidade litorânea em que ela:
- Não poderia mais praticar esporte na neve como aprendeu desde muito pequena;
- Nem conviver com os amigos a quem estava apegada;
- Deveria se acostumar com a nova casa, que não tinha nada de mágico como ela imaginava.
Resultado:
Riley precisava enfrentar as perdas das coisas que amava, mudar de escola, de
bairro e se adaptar a novos costumes. E como sobreviver a tantas mudanças?
Foi
aí que entraram em ação as Emoções que viviam em sua mente.
Vou apresentá-las
para você:
Alegria:
é quem comanda a mente da Riley, organiza as demais emoções para que ajam na
medida certa e deixem a garota bem feliz. Pensando sempre na parte positiva dos
fatos, temia que a tristeza agisse, excluindo –a das atividades de comando da
mente.
Tristeza:
muito desanimada, aprecia as partes tristes da vida. Na melhor das hipóteses para
ela, ainda algo de ruim acontecerá. Ela tem o poder de deixar as memórias
focadas no lado negativo das situações.
Raiva:
se ira facilmente, é agressivo na fala e nas atitudes também. Tem o hábito de
remoer as situações das quais não tem controle, criticando muito os problemas e
agindo com inconformismo. É o responsável por provocar Riley a tomar decisões
erradas quando está com muita raiva, sendo representado literalmente como a
personagem de “cabeça quente”.
Medo:
costuma listar as possibilidades de algo dar errado, tendo a ilusão de ter
controle sobre as situações e assim, diminuir a sensação de insegurança. Quando
uma situação nova que está fora da sua previsão aparece, toda a sua prevenção
vai por água abaixo. É apegado à estabilidade. É tímido e inseguro para
conviver. Ele é responsável também por se recordar do que é perigoso e afastar
Riley de riscos de acidentes.
Nojinho:
demonstra os gostos, o que Riley ama e o que não suporta, fazendo parte da sua personalidade. O nojinho se lembra do
gosto, do cheiro e da percepção que tem de certas comidas, por exemplo, para
não deixar que Riley passe por experiências desagradáveis ao experimentá-las.
Ela ainda julga esteticamente o que é bom, belo e prazeroso.
Com
a mudança de ambiente, Riley passou a ter comportamentos estranhos se comparados
a como ela agia antes: da forma doce e dócil a
atitudes agressivas. Isso mostra como os eventos de mudança na vida, na rotina,
as perdas podem prejudicar o desenvolvimento de uma pessoa.
É
preciso destacar que a mudança dela de cidade foi brusca: em uma cena ela está
dormindo em casa, em um lar recheado de afeto e de boas lembranças da família e
dos amigos, e acorda já dentro do carro com toda a mudança a caminho da nova
cidade.
Essa
extensão da cena mostra o quanto foi pequeno o tempo para que ela elaborasse
essa mudança drástica: ela não poderia ser mais a mesma pessoa que era antes,
porque ela não estaria mais perto dos lugares e das pessoas, dos sentimentos
que toda aquela rotina anterior significavam. O que ela deixou para trás
testemunhava que toda a história básica da vida dela foi vivida ali e está
repleta de significado, de sentimento, de lembranças que edificam a sua
personalidade. Riley aprendeu quem era por essas vivências em Minessota, e isso
faz toda a diferença.
Ah,
então é perigoso se mudar de cidade? Não necessariamente. O que importa é COMO
a pessoa vê essa mudança. No caso da personagem, ela enxergou como uma grande
perda de identidade. Como eu disse, ela não teve tempo e nem explicação dos
pais suficientes para se preparar e perceber o quanto a vida dela iria mudar.
Quando
mudanças repentinas acontecem, a chance de digerir mal a situação é grande, o
que vai causar, assim como um desconforto, um nó na garganta como
se algo não tivesse sido bem “engolido” pela pessoa.
Se fosse outra pessoa a se mudar ou se ela mesma tivesse sido preparada para o momento, quem sabe
tivesse condições de viver essa experiência de mudança de uma maneira mais
amena, e conseguisse aos poucos se despedir do que era importante para ela, e
se abrir para novas experiências.
PRÉ- ADOLESCÊNCIA
Riley
está na pré-adolescência: se preocupa com a aparência, quer ser aceita pelas
pessoas, tem medo do que pode acontecer que a exponha, como na apresentação pessoal do primeiro dia de
aula. Na noite após esse evento, ela sonha com a imagem distorcida da professora, dos colegas de sala e dela mesma.
Quer saber mais como a preocupação com a aparência é IMPORTANTE? Espere até eu comentar como sobre os sonhos são formados.
Quer saber mais como a preocupação com a aparência é IMPORTANTE? Espere até eu comentar como sobre os sonhos são formados.
PAIS
Na
adolescência dos filhos, os pais precisam entender as transformações que
acontecem. Os pais da Riley deveriam aceitar a fase de crise da filha, por dois
motivos: pela mudança de cidade, e pelas transformações da filha na puberdade.
Cuidar
de uma adolescente era algo novo para eles: conviver com criança e conviver com
adolescente são coisas diferentes. O adolescente tem o hábito de contestar os
pais. Eles precisam ouvir, entender e conversar sobre essas opiniões diferentes.
Quem sabe se os pais da Riley tivessem percebido essa necessidade, o problema
não teria sido tão grande e preocupante.
O
pai não entendeu que a expressão de tristeza da filha era por causa da mudança de
casa e quando ela agiu agressivamente, ele quis se impor como pai simplesmente
sendo autoritário. Ele não viu que a tristeza que ela estava sentindo é que
motivou o enfrentamento dela.
SONHOS
O
que você não resolve na mente, o corpo trata de expressar: seja por um sintoma
físico (a Riley no caso não ficou doente), seja através do SONHO, que é como a
mente tenta mostrar como o seu emocional reage ao que você vive.
No caso da Riley, seus sonhos mostravam a confusão que ela estava vivendo. Assim, ela deveria perceber o incômodo das mudanças recentes e tentar lidar melhor com elas.
No caso da Riley, seus sonhos mostravam a confusão que ela estava vivendo. Assim, ela deveria perceber o incômodo das mudanças recentes e tentar lidar melhor com elas.
Quando
Riley precisa acordar, as personagens Alegria, Tristeza e o amigo imaginário
sabiamente trazem uma memória inconsciente desagradável para que ela acorde e
reaja. A mesma coisa acontece na vida real: quando conteúdos reprimidos
inconscientes carregados de emoções não são aceitos pela consciência eles
aparecem nos sonhos de angústia (pesadelos). A mente não suporta entrar em
contato com o que está reprimido e a pessoa acorda.
O
filme mostra outras verdades:
-
A função do sonho é manter a pessoa dormindo, registrar as memórias adquiridas
no dia e jogar fora o que não é necessário guardar a longo prazo;
-
Todo sonho tem imagens de restos diurnos, ou seja, do que a pessoa viveu no dia
acordada;
-
Todo sonho tem imagens da infância, porque a infância é o fundamento da mente
da pessoa;
- Aparecem símbolos daquela realidade que a pessoa
passando em dado momento da vida. Ex: Riley sonha com os pais porque está na
fase da adolescência, que é de afastamento dos pais para poder se tornar
adulta; ela também está passando por mudanças na imagem que ela tem deles.
No sonho, ela está sem roupa e sem sapato. Esse é um símbolo de que ela se sente despreparada para enfrentar a nova classe, não se vendo à altura desse novo desafio. É uma comparação da mente para dizer a Riley o quanto ela se sentia inadequada ao se apresentar para a nova turma, como se estivesse sem roupa, que é um objeto necessário para as pessoas se relacionarem umas com as outras. Para cada ocasião existe uma roupa, e ela não tinha "roupa" que a fizesse estar em sintonia com esse novo ambiente.
O COMO ela se sentia em relação à aparência estava sendo colocado em ALERTA, porque estavam sendo prejudicados os pilares da sua PERSONALIDADE, como as ilhas da Família, Honestidade, Hóquei e da Bobeira (diversão).
No sonho, ela está sem roupa e sem sapato. Esse é um símbolo de que ela se sente despreparada para enfrentar a nova classe, não se vendo à altura desse novo desafio. É uma comparação da mente para dizer a Riley o quanto ela se sentia inadequada ao se apresentar para a nova turma, como se estivesse sem roupa, que é um objeto necessário para as pessoas se relacionarem umas com as outras. Para cada ocasião existe uma roupa, e ela não tinha "roupa" que a fizesse estar em sintonia com esse novo ambiente.
O COMO ela se sentia em relação à aparência estava sendo colocado em ALERTA, porque estavam sendo prejudicados os pilares da sua PERSONALIDADE, como as ilhas da Família, Honestidade, Hóquei e da Bobeira (diversão).
EXPRESSÃO DE
SENTIMENTOS
O
conflito central do filme ocorre não só porque Riley ficou abalada com a
mudança de casa, mas principalmente porque ela não soube expressar os seus sentimentos. Ela não sabia lidar com a tristeza.
O
filme mostra que a mente dos pais se atrapalhou na hora de interpretar o que a
filha estava sentindo e acabou repreendendo a tristeza de Riley que estava
disfarçada em agressividade. Houve uma confusão geral na família, que
desencadeou em rompimento do laço amistoso que havia entre eles.
Não
é possível valorar qual emoção é melhor. Como descrevi acima, cada uma tem a
sua característica e tem sua função em determinado momento do dia e da vida. Não
é interessante desprezar a Tristeza, como a Alegra imaginava. Muitas vezes
através da Tristeza você consegue perceber o que está te fazendo mal e quando
expressa, devolve o equilíbrio ao organismo.
Comentários pessoais
O mais interessante do filme é mostrar que através das atitudes que
fazemos no dia a dia, existem muitas emoções. Vivemos como se tudo fosse automático
e não precisássemos refletir sobre o que sentimos, o que pensamos e como
agimos, mas é necessário entrar em contato com nossas memórias mais profundas,
nossas fantasias, medos e desejos para nos conhecermos e vivermos de forma mais
inteira. Isso nos faz pessoas mais bem resolvidas e felizes. Viva a Psicologia!
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