terça-feira, 12 de maio de 2015

Por uma mãe perfeita para amar

Depois do bombardeio de postagens de fotos, recados e elogios a todas as mamães no facebook, é a minha vez de parar e questionar: “Será que toda mãe é realmente perfeita?”
Eu só penso que seja curioso o fato de todo mundo valorizar a mãe nesse único dia. Aí aparecem todas as mães perfeitas, os filhos excelentes, como se fosse proibido, pelo menos nesse dia, refletir, discordar ou sentir algo diferente do que aceitação pela mãe que se tem. A mídia e a publicidade do Dia das Mães divulgam uma imagem de perfeição que até pressiona as mulheres a serem mesmo pessoas “impecáveis”.

Será que é preciso acreditar que a mãe é perfeita para amá-la?


As mães eram mulheres comuns até se tornarem mães e fazerem sentido na vida de cada filho. Isso é incrível e merece ser reconhecido: gerar uma vida! Entretanto, as mães não são perfeitas. Como é difícil ver isso... Assim como qualquer pessoa, a mãe tem defeitos, tem manias, erra, às vezes querendo acertar. Há mães ainda, que não andam se preocupando tanto com a sua influência sobre a vida do filho... Isso porque a mãe só pode dar o que ela tem!
As condições psicológicas da mãe influenciam na vida do filho: sua disposição emocional para cuidar e o modo como ela percebe o mundo fazem toda a diferença na criação dos filhos. É a partir desses cuidados maternos que a personalidade, desde criança, será estruturada.


Existem momentos em que é natural e saudável discordar da mãe e, embora isso não seja bem visto pelo social, são esses confrontos que tornam as pessoas capazes de viver com autonomia e saúde.
Se uma mãe insiste em enxergar os fatos da vida de uma forma distorcida, delirante, o filho pode se sentir obrigado, pelo moral de obedecer sempre os pais, a concordar com todas as percepções da mãe que são claramente deturpadas. Em nome do amor, muitas pessoas acabam se obrigando a acreditar em realidades que não existem, só para agradar a quem lhe é superior. Em casos mais sérios, em que a mãe apresenta um transtorno mental, isso traz uma confusão muito grande, que pode (nem sempre) gerar um transtorno da mesma natureza em quem lhe é submisso.
Exceto o caso de algum transtorno psicológico por parte da mãe, existem mães realmente perversas, que não ensinam a lei aos filhos, que por sua vez não se acostumam a se submeter às regras e normas, causando prejuízo para o filho e para a sociedade.
Infelizmente, há também mães que são cruéis, que jogam psicologicamente contra o filho. Nesse caso, é preciso coragem para perceber as armadilhas e a exploração feitas por essa mãe. Às vezes, o mais saudável é se afastar do domínio dela e amar a mãe “apesar de”.


Um exemplo de confronto saudável no desenvolvimento é a fase em que a menina se sente competindo com a mãe para agradar ao pai, que é o seu modelo de um futuro parceiro amoroso. A menina contraria a mãe, observa seus defeitos, para depois perceber que assim como essa mãe é uma boa mulher, ela também deverá se tornar um dia. Sendo como a mãe, no futuro poderá conquistar um homem bacana como o pai, que fique ao seu lado, assim como ele hoje está junto da mãe.
Na adolescência, tanto o menino como a menina precisam confrontar o pensamento dos pais, o que inclui a mãe. Isso ajuda os adolescentes a se tornarem independentes da personalidade desses pais e se verem como pessoas separadas, capazes de argumentar, para depois avaliar como guiar a própria vida. É chato discutir com os adolescentes? Pode ser, mas isso também tem a sua importância.

É bom para a preservação da vida humana em sociedade e pela valorização da origem de cada um comemorar a existência da Mãe. Independente de qualquer coisa, a consideração, o respeito e o amor precisam existir. Ninguém é perfeito. A mulher não precisa ser perfeita para se tornar mãe e no amor, é preciso reconhecer isso.

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