Depois
do bombardeio de postagens de fotos, recados e elogios a todas as mamães no
facebook, é a minha vez de parar e questionar: “Será que toda mãe é realmente
perfeita?”
Eu
só penso que seja curioso o fato de todo mundo valorizar a mãe nesse único
dia. Aí aparecem todas as mães perfeitas, os filhos excelentes, como se
fosse proibido, pelo menos nesse dia, refletir, discordar ou sentir algo
diferente do que aceitação pela mãe que se tem. A mídia e a publicidade do
Dia das Mães divulgam uma imagem de perfeição que até pressiona as mulheres a
serem mesmo pessoas “impecáveis”.
Será
que é preciso acreditar que a mãe é perfeita para amá-la?
As
mães eram mulheres comuns até se tornarem mães e fazerem sentido na vida de
cada filho. Isso é incrível e merece ser reconhecido: gerar uma vida!
Entretanto, as mães não são perfeitas. Como é difícil ver isso... Assim
como qualquer pessoa, a mãe tem defeitos, tem manias, erra, às vezes querendo
acertar. Há mães ainda, que não andam se preocupando tanto com a sua influência
sobre a vida do filho... Isso porque a mãe só pode dar o que ela tem!
As
condições psicológicas da mãe influenciam na vida do filho: sua disposição
emocional para cuidar e o modo como ela percebe o mundo fazem toda a diferença
na criação dos filhos. É a partir desses cuidados maternos que a personalidade,
desde criança, será estruturada.
Existem
momentos em que é natural e saudável discordar da mãe e, embora isso não seja
bem visto pelo social, são esses confrontos que tornam as pessoas capazes de
viver com autonomia e saúde.
Se uma mãe insiste em enxergar os fatos da vida de uma forma distorcida, delirante, o
filho pode se sentir obrigado, pelo moral de obedecer sempre os pais, a
concordar com todas as percepções da mãe que são claramente deturpadas. Em nome
do amor, muitas pessoas acabam se obrigando a acreditar em realidades que não
existem, só para agradar a quem lhe é superior. Em casos mais sérios, em que a
mãe apresenta um transtorno mental, isso traz uma confusão muito grande, que
pode (nem sempre) gerar um transtorno da mesma natureza em quem lhe é submisso.
Exceto
o caso de algum transtorno psicológico por parte da mãe, existem mães realmente
perversas, que não ensinam a lei aos filhos, que por sua vez não se acostumam a
se submeter às regras e normas, causando prejuízo para o filho e para a
sociedade.
Infelizmente,
há também mães que são cruéis, que jogam psicologicamente contra o filho. Nesse
caso, é preciso coragem para perceber as armadilhas e a exploração feitas por essa mãe. Às vezes, o mais saudável é se afastar do domínio dela e amar a mãe
“apesar de”.
Um
exemplo de confronto saudável no desenvolvimento é a fase em que a menina se
sente competindo com a mãe para agradar ao pai, que é o seu modelo de um futuro
parceiro amoroso. A menina contraria a mãe, observa seus defeitos, para depois
perceber que assim como essa mãe é uma boa mulher, ela também deverá se tornar
um dia. Sendo como a mãe, no futuro poderá conquistar um homem bacana como o
pai, que fique ao seu lado, assim como ele hoje está junto da mãe.
Na
adolescência, tanto o menino como a menina precisam confrontar o pensamento dos
pais, o que inclui a mãe. Isso ajuda os adolescentes a se tornarem
independentes da personalidade desses pais e se verem como pessoas separadas,
capazes de argumentar, para depois avaliar como guiar a própria vida. É chato
discutir com os adolescentes? Pode ser, mas isso também tem a sua importância.
É
bom para a preservação da vida humana em sociedade e pela valorização da origem
de cada um comemorar a existência da Mãe. Independente de qualquer coisa, a consideração, o respeito e o amor precisam existir. Ninguém é perfeito. A mulher não precisa ser perfeita
para se tornar mãe e no amor, é preciso reconhecer isso.
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