quinta-feira, 26 de março de 2015

Saúde e trabalho

Depois de decolar em Barcelona (Espanha) com destino a Düsseldorf (Alemanha), no dia 24 de março desse ano, o Airbus 320 da Germanwings caiu nos alpes franceses, matando as 150 pessoas que estavam a bordo. Comovida, a mídia noticiou o desastre aéreo mostrando a mobilização de autoridades internacionais, o sentimento terrível de parentes e amigos das vítimas, além das investigações que buscavam entender o porquê a tragédia havia ocorrido. Seria uma falha mecânica da máquina que estava há 24 anos em uso? Uma condição climática desfavorável? Falha nos computadores de bordo? Nada disso foi apontado como causa do acidente. 

Para a surpresa de muitos, há grandes indícios de que o copiloto Andreas Lubitz, 28 anos, que tomou a direção do avião o derrubou intencionalmente. Por meio de depoimentos de amigos do copiloto, já se sabe que o jovem apresentava um histórico de Depressão e Síndrome de Burnout, e até pediu afastamento em 2009 por tal diagnóstico.

A Depressão é uma doença crônica, recorrente, caracterizada por um humor deprimido constante, desesperança, mesmo sem motivo aparente. Culpa, baixa autoestima, alteração de peso, distúrbio do sono (insônia – falta de sono ou hipersonia – sono em excesso), desânimo, ideação suicida, desprazer nas atividades que antes gostava de fazer, diminuição do desejo sexual, estão entre os sintomas.
A Síndrome de Burnout ocorre quando há um alto nível de estresse na vida profissional, e isso interfere nos aspectos físico e emocional. Há um verdadeiro esgotamento. Entre os sintomas estão: esgotamento físico e mental, estresse crônico, tensão, irritabilidade, mudança brusca de humor, dificuldade de concentração e de memorização, isolamento, pessimismo.

Sabendo das condições que essas doenças representam, fica claro que isso afeta o dia a dia de quem sofre com tais quadros. Em outro post eu havia falado de como Psicologia é Saúde, de como é bom ver os resultados positivos, da melhoria na qualidade de vida de alguém que cuida de si por inteiro!

A instituição responsável pelo voo afirmou que os pilotos são submetidos à avaliação psicológica. No entanto, mundialmente, o exame físico é o foco da avaliação, pois comprova o bem-estar desses profissionais. Os testes psicológicos são realizados por meio de questionário respondido pelo próprio piloto (o que não é 100% seguro, já que há chance do piloto mentir para conseguir se estabelecer no cargo) e a avaliação psicológica acontece uma vez na seleção da formação profissional.
Quando falo em Saúde Mental e Prevenção significa que muitos prejuízos podem ser evitados através da intervenção psicológica, e essa tragédia infelizmente é um exemplo.

Transtornos psicológicos podem acometer qualquer outro profissional. Sabe-se que as pessoas apresentam tendências genéticas, influências sociais, mas o estresse é o gatilho para que as doenças apareçam. Quem presta serviços em situação de estresse, por muitas horas, buscando resultados, se submetendo a prazos, lidando com o público, está em constante tensão, se envolvendo profissional e pessoalmente no que faz. Professor, advogado, bombeiro, policial, enfermeiro, ou seja, profissões ligadas a educação, saúde e serviços humanos estão entre as de maior risco.

Como tratamento e prevenção, há algumas possibilidades. Individualmente, é interessante observar como a pessoa se sente em relação ao seu trabalho, rever o cotidiano dela, traçar novos objetivos profissionais. Psicoterapia, atendimento psiquiátrico, prática de atividade física, alimentação saudável, busca por lazer e descanso são recomendados. Além disso, o apoio da empresa, juntamente com o dos colegas de trabalho e familiares é fundamental. A partilha e a identificação em um grupo de pessoas com questões semelhantes podem ser benéficas. Na instituição, é possível propor: conscientização sobre a importância do cuidado em saúde mental e da realização de avaliações psicológicas, diminuindo o preconceito para com elas; uma proporção justa de horário de trabalho e de descanso, evitando que o profissional fique sobrecarregado em horas e quantidade de serviço; aplicação de estratégias que promovam um ambiente harmônico, investindo em socialização entre os profissionais e melhoria nos processos de trabalho.

Fontes:

G1. Promotoria francesa diz que copiloto tomou controle do avião que caiu. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/promotoria-francesa-diz-que-copiloto-tomou-controle-de-aviao-que-caiu.html . Acesso em 26 mar. 2015.

TRIGO, T.R., TENG, C.T., HALLAK, J.E.C. Síndrome de Burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clínica. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/n5/223.html. Acesso em 26 mar. 2015.

VEJA. Tragédia nos Alpes. Acidente eleva preocupação com avaliação psicológica de pilotos. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/tragedia-nos-alpes-acidente-eleva-preocupacao-com-avaliacao-psicologica-de-pilotos. Acesso em 26 mar.2015.


terça-feira, 24 de março de 2015

Como vivem os filhos de pais separados?


A separação dos pais ocasiona uma série de mudanças na vida dos filhos. Eles precisam se adaptar ao novo relacionamento que os pais assumem entre si, aos novos lares dos dois e às vezes, aos novos parceiros que cada um escolhe. Diante disso, a criança pode apresentar dificuldade em reconhecer o seu novo lugar na vida dos pais.
Ela pode se sentir culpada pela separação, já que ela é quem vivia no meio desse casal. Quando há muitas brigas entre pais, mesmo separados, a criança sentirá que eles não têm condições para resolver essa situação de estresse e aliviar a confusão que ela sente. O clima de briga entre os pais, até o que não é falado, mas sentido no ambiente sugere para a criança uma competição entre eles o tempo todo. A criança teme perder o lugar de desejo na vida dos pais. Logo, ficará ansiosa em agradar os dois lados.
Buscando solucionar os conflitos que são de seus pais, a criança se coloca em um de lugar de identificação na dinâmica pai-mãe-filho que não é sadio, fora do lugar de filho.  Assim, ela pode fantasiar ser alguém forte, adulto, um herói, negando os seus aspectos infantis, que significam ter que permanecer na impotência de viver essa realidade de sofrimento.
É difícil para os pais separarem o que é um problema entre ele e o seu ex-companheiro de um problema na vida do filho que precisa da decisão conjunta dos pais. Por exemplo, é muito comum o pai e a mãe tornarem a criança porta-voz deles, enviando recados, reclamações de um para o outro. Isso é prejudicial ao desenvolvimento da criança, pois ela precisa que o pai e a mãe sejam valorizados, pois são suas maiores referências.  É fundamental para a estruturação do psiquismo que a criança tenha modelos do feminino e do masculino como referenciais de comportamental sexual e social. Dessa forma, é necessário existir uma figura feminina que seja de acolhimento, cuidado e carinho, e uma figura masculina representante da lei e dos limites.
Quando o pai ou a mãe criticam, inferiorizam, com a intenção de denegrir a imagem do outro genitor, treinando a criança para ter uma imagem negativa em relação ao pai ou à mãe, temer essa figura e assim, se revoltar, se esquivar do convívio com um dos pais, rompendo os laços entre eles. Nesse caso, um dos genitores que se separou pode ter uma vontade de vingança para com o(a) antigo(a) parceiro(a) e realiza esse desejo através dos filhos. Isso é mais comum do que se imagina, chama-se Síndrome da Alienação Parental e é crime!
Por isso também, a guarda compartilhada se tornou obrigatória no Brasil nos casos em que os pais estão em conflito sobre quem ficará com a criança. Esse tipo de guarda é compartilhada porque nela são divididos direitos e deveres entre os pais.
O casamento se dissolveu, mas a responsabilidade de serem pais permanece, para que ambos zelem pelo bem-estar dos filhos. Existe ex-namorado, ex-mulher, mas você já ouvir falar em “ex-filho”? Então, não existe.
A indicação é que os pais encontrem meios de viver essa nova fase assumindo as suas escolhas, as consequências das atitudes que têm um para com o outro e para com o(a) filho(a). A comunicação clara e objetiva entre eles contribui para o cumprimento do papel de cuidado para com a criança, além de impedir o surgimento de insegurança por parte do pai ou da mãe em relação às condições de amparo, segurança e assistência que o outro possa oferecer à criança. 

Organizando essas relações, a criança pode se sentir contida nas suas ansiedades pelos pais, porque eles já resolveram suas pendências e agora têm tranquilidade para cuidá-la como filho.

Um olhar psicológico sobre a família


A família é um sistema em constante movimento, cujos membros estão relacionados uns aos outros, de tal forma que a mudança de vida de uma pessoa provoca alteração nos demais membros. 
Ela é o primeiro grupo ao qual uma pessoa pertence, sendo um espaço emocional e íntimo, em oposição ao mundo exterior.  para as primeiras trocas de afeto; de aquisição de conhecimentos básicos sobre o mundo e onde se ganha confiança para conviver com mais e diferentes pessoas.
Pode-se entender como família o conjunto de pessoas que apresentam grau de parentesco ou que vivem na mesma casa, dividindo as despesas.
Existem vários tipos de arranjos familiares. Há famílias formadas por pais e filhos (chamada família tradicional ou nuclear); avós, pais e filhos; pai ou mãe morando sozinho(a) com os filhos; pais idosos e filhos solteiros; amigos que moram juntos; o caso dos agregados que se associam ao grupo familiar; entre outros.
Então, não é indicado falar que uma família é “desestruturada”, mas que ela tem um arranjo que pode apresentar desajustamento e inadaptação no seu funcionamento.
A pessoa é fruto da relação familiar, social e cultural. Na família, todos os membros são importantes e formam uma unidade. Assim, um problema apresentado por um membro da família denuncia um conflito do meio em que ele vive.
A intervenção psicológica com família observa como essas pessoas se relacionam, quais as características dessa família, a posição que cada membro assume nessa estrutura, quais os papéis existentes, quem os ocupa, o quanto é rígido ou flexível a fronteira entre um papel e outro.
Quando um pai se mostra muito rígido na família, certamente ele resiste em dividir o seu poder com a esposa, o que pode ocasionar uma família desunida e com papéis fixos. A comunicação será bloqueada entre pai, mãe e filhos, o que resulta em falta de abertura para o diálogo. Dessa forma, os filhos podem sentir medo de conversar com o pai sobre diversos assuntos, enquanto a mãe pode se sentir desautorizada a ordenar e tomar decisões quanto à educação deles.
O relacionamento familiar se mostra complexo, pois é formado por subsistemas, como a relação entre marido - mulher, pais - filhos, mãe - filhos, e entre irmãos. O modo como cada segmento se comporta influencia os outros, existindo comportamentos complementares, formando uma engrenagem.
Marido e mulher que vivem brigas constantes e sentem dificuldade de se estabelecer como casal, refletem esse conflito na vida dos filhos. A criança manifesta a crise familiar em problemas de mau comportamento, dificuldade de se expressar, dificuldade de relacionamento, insegurança em casa e na escola e até em problemas de saúde. Por isso, quando um dos membros está em conflito, a família toda precisa de auxílio.
Mais do que o zelo para com as crianças, o objetivo do atendimento a famílias é possibilitar o diálogo sobre os sentimentos de cada membro, para que o conflito possa ser visto dentro uma dinâmica problemática na qual toda a família se implica.
Nesse sentido, não existe um membro totalmente culpado e outro totalmente inocente, pois cada um tem a sua parcela de responsabilidade e pode, de alguma forma, contribuir para que a família permaneça unida.
  


quarta-feira, 18 de março de 2015

Por que psicólogo não pode atender familiares e amigos?

Uau! Muita gente pergunta isso. Se você já ficou curioso pelo tema, agora é hora de acabar com as suas dúvidas!
O psicólogo é procurado para atender demandas diferentes de muitas pessoas, de várias idades, mas não pode atender pessoas que ele conhece, como familiares e amigos. Esse cuidado existe para não prejudicar os objetivos do atendimento.
Imagine que eu atenda algum parente meu e durante a análise ele diga de lembranças dele sobre mim, de sensações que ele tem sobre a nossa família. Seria muito difícil não se envolver. Eu poderia falar de impressões minhas também e dirigiria o atendimento para outro rumo, diferente do que o paciente escolheu. Essa mistura do que é meu e do que é do outro minam o processo dele de autoconhecimento, porque eu entraria colocando todos os meus conteúdos que não dizem respeito a ele. 
A neutralidade é algo fundamental. Se o profissional ouvir comentários a respeito de pessoas que lhe são íntimas, a chance de desviar do objetivo é grande. Seria mais difícil analisar de forma clara, imparcial, técnica o que se passa na vida do paciente. O desejável é que a própria pessoa consiga se observar, começar a se enxergar a partir do que sente e pensa. 
Se o psicólogo precisa enxergar além das palavras e das aparências, como ter visão de algo em que ele está envolvido pessoalmente? Será tendencioso. 
Principalmente no atendimento psicanalítico, a transferência é analisada. Transferência é um fenômeno inconsciente que acontece na relação paciente - psicólogo, em que o modelo de relação (sentimentos, desejos, expectativas, afeto) do paciente nas primeiras relações da infância são atualizados na relação com o psicólogo. Essa transferência precisa acontecer. A Contratransferência seria a resposta do psicólogo à transferência do paciente, mas que deve ser superada para dar continuidade natural ao atendimento. Na situação de atender amigos e parentes, isso se quebra, pois o psicólogo em vez de superar, poderá entrar em disputa com que o paciente sente e demonstra inconscientemente.

Ainda não acabou. Outra possibilidade seria o psicólogo fazer perguntas de assuntos muito íntimos do paciente, dos quais este ainda não deseja falar e acabar indo além do que deveria para o momento. Há áreas que o paciente pode não estar preparado para "visitar" dentro dele ainda. Vamos com calma.

Por tudo isso não seria ético.

Assim como o psicólogo não deve atender conhecidos, também não é indicado atender duas pessoas da mesma família, por exemplo: mãe e filha. Da mesma forma, esse contato duplo contaminaria a escuta do profissional. Primeiro que seria tentador incluir os fragmentos da fala de uma delas na história que a outra relata na sessão. Já pensou tomar partido numa briga das duas e deixar ficar claro isso no atendimento? Tirar satisfações por algo que a paciente fez ou deixou de fazer porque a outra está irada com ela por isso? No mínimo, desagradável. rs Então, vamos separar as coisas.


Além disso, eu preciso conhecer o paciente por ele mesmo, não posso me guiar mais pela fala de outrem do que por ele próprio e seu mundo pessoal; ele é o foco e nós vamos descobrindo suas nuances e características pessoais durante os atendimentos: é uma jornada incrível! 
No atendimento individual, é possível chamar um dia alguém da família para agregar no atendimento. O intuito é colher informações importantes do paciente; a autorização para o atendimento a menores de idade (no caso de crianças e adolescentes no início do atendimento -  a primeira entrevista é com os responsáveis e, para as crianças, os pais podem receber devolutivas ao longo do processo); ou porque o paciente precisa de acompanhamento familiar constante (por motivo de saúde mental ou física) e então seria interessante conhecer quem é essa pessoa que o apóia.
Se você me perguntar: e se fosse atendimento familiar? Aí é diferente, pois seria atendimento em grupo e propositalmente todos seriam atendidos juntos.
Tudo certo agora? Entendido? Estou de bem com todo mundo?rs Como disse no início, esses cuidados existem para não prejudicar o atendimento. A ética vem para nos ajudar.

terça-feira, 17 de março de 2015

“Será que esse profissional tão novo vai conseguir me ajudar?”

Há uma semana recebi o Prêmio Universitário 5 Estrelas 2014, no Unisal Lorena, em uma homenagem especial. As 5 Estrelas do programa são: 1ª  -Rendimento Acadêmico; 2ª - Estágio e Produção Científica; 3ª - Formação Complementar; 4ª - Responsabilidade Social; e 5ª - Atitude. Essa última é concedida pelos professores do curso com base nos critérios: relacionamento interpessoal, trabalho em equipe, iniciativa, liderança e comunicação. Esses quesitos todos foram avaliados nesses 5 anos de formação em Psicologia.
Particularmente, foi um sonho ganhar esse prêmio, porque eu sempre me dedico muito ao que eu faço. As pessoas que me conhecem sabem disso. Há também novos ótimos profissionais que não foram lembrados nesse dia, mas que considero maravilhosos psicólogos e seres humanos.
O fato é que várias pessoas questionam a capacidade do psicólogo em ajudá-las no seu processo de auto conhecimento ou na resolução de algum conflito. Posso interpretar isso de várias formas. Uma delas é devido ao modo como o paciente/cliente enxerga o próprio caso.  A intensidade do sofrimento, não saber explicar exatamente o que sente e não ter controle sobre os seus sentimentos podem fazer a pessoa ficar na dúvida se existe alguém que consiga entender algo "inexplicável". 
Além disso, esses questionamentos sobre o psicólogo aparecem mais ainda no início da carreira do profissional, em que muita gente pensa: “Será que esse profissional tão novo vai conseguir me ajudar?” – É uma pergunta que passa pela cabeça de quem vai a um jovem psicólogo e o julga pela aparência. 
Quanto mais experiência, melhor. Claro! E isso já vem sendo adquirido durante os estudos na faculdade, em disciplinas e avaliações, através da participação em grupo de pesquisa; elaboração e publicação de trabalhos científicos, presença em congressos, simpósios, palestras; monitoria; horas e mais horas de estágios em instituições sociais e clínica; voluntariado.
São conhecimentos acumulados e técnicas apreendidas durante anos de estudo. Obviamente, continuar estudando, conhecer com profundidade os temas pertinentes a cada atendimento é ideal e ético, o melhor que qualquer profissional poderia fazer por quem contrata seus serviços.
Enfim, quero compartilhar a minha satisfação pelo reconhecimento do Programa 5 estrelas, que transforma esses "pré-conceitos" que citei acima e estampa o quanto os jovens podem e vão mais longe; como nós surpreendemos pela competência profissional, pela atitude, por demonstrar valores dentro e fora da profissão, pela coragem da inovação mantendo ou aumentando a qualidade dos serviços prestados à comunidade, pela nossa capacidade de comunicação e de potencial de construção de projetos úteis à sociedade.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Psicologia é... Saúde!

Hoje, conversando com uma pessoa na rua, eu disse que estava imaginativa, pensando em projetos e ela me perguntou do que se tratava. Contei resumidamente o que eu faço e qual é a minha missão: “promovo a saúde mental e desenvolvo pessoas”. A pessoa pensou um pouco e perguntou: “Você é psicóloga?”. Eu respondi que sim e, realmente, fiquei feliz em perceber a associação entre saúde e a Psicologia.

Isso me alegrou porque em meio a tantas representações da Psicologia, a que mais está marcada para as pessoas é a de que psicólogo está sempre ligado à loucura, o que não é verdade. Muitos mitos podem e devem ser quebrados porque prejudicam tanto o trabalho dos psicólogos, como também travam a busca das pessoas por bem-estar e qualidade de vida. Afinal, quem quer ser considerado louco?  

O que está esquecido é o quanto BEM a Psicologia pode fazer na vida das pessoas.

Será que algo tão bom e que pode ajudar a muitos merece ficar em segredo?

Acho que não, né? A psicóloga que escreve para você trabalha para promover saúde e utilizar esses serviços é sinal de que você acredita no seu potencial, de que você não se contenta com qualquer coisa que está vivendo; pois há muitas coisas à sua espera para viver e você está disposto a encontrar muito mais dentro de si!

Podemos ver o que isso significa em um dicionário, o Priberam:

sa·ú·de 
(latim salus, -utis)
substantivo feminino
1. Estado de bem-estar físico, mental e psicológico.
2. Robustez; vigor.

Para a ciência, a saúde evolve tudo isso e também o bem-estar social. Saúde não significa ausência de doença, mas presença de hábitos equilibrados  e qualidade de vida.

A saúde engloba o aspecto físico e mental. Se você cuida do psicológico, o corpo está sendo beneficiado. Há uma série de males físicos que têm causa emocional, tanto na Somatização (quando você tem sintomas físicos, mas os exames médicos não mostram alteração alguma) como na Psicossomática (quando há diagnóstico de uma doença, mas a origem é emocional). Isso acontece porque o que você está sofrendo está tão intenso e constante a ponto de transbordar e se manifestar em um sintoma físico.


Quer outro exemplo prático de saúde?

Se você deixar de cuidar dos dentes e de ir ao dentista, a sujeira do dia a dia vai se acumular na sua boca, cáries aparecerão junto com mau hálito e outros inconvenientes. Lá no consultório do dentista poderá ser feita uma limpeza maravilhosa e você receberá informações de como cuidar da sua saúde bucal.
Da mesma forma, a mente também tem “impurezas” de conflitos mal resolvidos; “restos” de situações incompreendidas; sentimentos que afetam o seu bem-estar ou podem existir áreas da sua vida que você gostaria de desenvolver. Um psicólogo pode te ajudar. Eu não tenho dúvida ao afirmar que cuidar da sua mente vai melhorar a sua vida.

É feio se sentir melhor? Você tem vergonha de cuidar de si mesmo? Pois não deveria. 

Valorize quem você é!

Lembra-se da pessoa que eu encontrei na rua e citei no início? Ela já entendeu a mensagem. É atendida por uma psicóloga há um tempo, nota a diferença em seu comportamento, e fala de como se sente diferente depois de procurar um psicólogo, podendo repensar suas experiências e dar um novo significado à sua vida.