quarta-feira, 24 de junho de 2015

Como lidar com a perda de alguém querido?


A morte é um assunto pouco discutido e evitado de ser comentado entre as pessoas. Um dos motivos para isso é a dificuldade de enfrentar a dor da perda e a incapacidade humana de compreender por que uma pessoa que há pouco estava ao lado, convivendo normalmente, desaparece da vista de todos. Tão difícil como lidar com a morte é viver o luto inerente à perda.

A Psicologia é VALIOSA para auxiliar o ser humano nesse processo. Por isso, elenco alguns fatores importantes para vivenciar de forma mais saudável a fase do luto.

1)    O tempo de cada um


 O luto é considerado uma fase de elaboração em relação à morte de alguém e é preciso tempo para isso ocorra. Quem está de luto tem dificuldade para investir energia nas atividades externas, guardando-a para viver o luto. Elaborar é digerir, refletir sobre a morte: como tudo aconteceu; qual foi o tipo de morte (esperada ou repentina); a causa específica da morte; em razão da proximidade que se tinha com a pessoa falecida ou o que essa pessoa representava na vida de quem ficou.
A vivência do luto acontece de pessoa para pessoa. Não existe um tempo limite para o luto. Pode levar meses e anos para uma pessoa superar a perda de alguém querido. Portanto, não compare, elogie/despreze alguém pelo tempo que esse processo se faz na vida dela.

2)    Olhar para os sentimentos


O que aquela pessoa que se foi representava para você? Qual era a sua relação com ela? Essas perguntas são pertinentes a um processo de análise/psicoterapia com o trabalho de um psicólogo. Repare que muito do relacionamento que você tinha com essa pessoa tem a ver com você mesmo e isso pode abrir portas para algo semelhante que é a Melancolia: você sabe “Quem perdeu” (a pessoa amada), mas não sabe ao certo “O que perdeu” (a presença da pessoa, o suporte que ela te dava, a segurança, a certeza do amor recíproco, por exemplo).
É possível sentir uma perda mesmo quando você não convive com a pessoa, mas coloca sobre ela representações de sentimentos bons, associa a imagem dela aos momentos positivos, a valores que são importantes para você. Veja o caso de celebridades que deixam saudades na vida dos fãs através do que faziam e por quem eram, pelo o que transmitiam a quem os assistia. Por exemplo: Se você gosta de um artista e ele transmite paz, alegria, humildade, tem uma história de superação com a qual você se identifica, essa perda será lembrada por você com pesar, porque tem muito mais a ver com você que projetou coisas suas nessa figura e se identificou com ela.

3)    Chorar ou não?



Eu vejo duas possibilidades: chorar ou não, e você pode me perguntar o que é o certo. Há quem nem consiga chorar ou que seja mais conformado com a morte e seja recriminado por isso, já que a maioria das pessoas expressa a própria dor chorando.  No entanto, não se pode medir a dor de uma pessoa e nem julgá-la pela inexistência do choro. 
Há os que choram muito e se veem compreendidos pela aceitação dos que o deixam chorar. Racionalizar a dor, pensando de forma lógica no que aconteceu não é o indicado. Algo é certo: Abafar o choro é prejudicial para a saúde do enlutado. **Quem não vive adequadamente esse momento de tristeza ou é impedido de chorar pode sofrer sintomas físicos e queixas emocionais mais tarde por não ter elaborado a perda corretamente.**

4) Adaptação às mudanças



A convivência com a pessoa falecida incrementa a dor da perda e a ausência tende a ser sentida mais intensamente. No caso de pessoas próximas, transformações na rotina dos que ficam são significativas, o que gera diretamente um mal-estar.
Quando um membro da família morre, a função dos familiares é modificada, e o lugar que essa pessoa ocupava passa a ser assumido por outra pessoa na tentativa de restaurar o equilíbrio que existia na família. A ausência da pessoa que se foi é notada também por essa movimentação inconsciente da família. Os planos anteriores da família devem ser refeitos e essa acomodação demonstra a esperança de continuar a vida em família e um legado positivo que o falecido deixou.

5)    Espiritualidade


A espiritualidade é estudada por cientistas da área da saúde e está relacionada à transcendência, a algo superior, que vai além do ser humano e da vida concreta material.
Acreditar em algo faz a diferença nessas horas. Geralmente uma pessoa que tem fé em Alguém superior, num Poder maior que rege o universo encontra mais facilmente forças para continuar a própria vida.

Você sabia de todas essas informações? A missão de um psicólogo é ajudar a quem passou por um luto recente ou não elaborou uma antiga perda; é devolver para a pessoa o bem-estar e a resgatar a energia antes recolhida no interior.
Espero ter te ajudado a entender as tantas mudanças e cuidados necessários na vida de quem perdeu alguém querido e auxilie indiretamente no processo de desenvolvimento dessas pessoas.

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