A
morte é um assunto pouco discutido e evitado de ser comentado entre as pessoas.
Um dos motivos para isso é a dificuldade de enfrentar a dor da perda e a incapacidade humana de compreender por que uma
pessoa que há pouco estava ao lado, convivendo normalmente, desaparece da vista
de todos. Tão difícil como lidar com a morte é viver o luto inerente à perda.
A Psicologia é VALIOSA para
auxiliar o ser humano nesse processo. Por isso, elenco alguns fatores
importantes para vivenciar de forma mais saudável a fase do luto.
1) O tempo de cada um
1) O tempo de cada um
O luto
é considerado uma fase de elaboração em relação à morte de alguém e é preciso
tempo para isso ocorra. Quem está de luto tem dificuldade para investir
energia nas atividades externas, guardando-a para viver o luto. Elaborar é
digerir, refletir sobre a morte: como tudo aconteceu; qual foi o tipo de morte
(esperada ou repentina); a causa específica da morte; em razão da proximidade
que se tinha com a pessoa falecida ou o que essa pessoa representava na vida de
quem ficou.
A vivência do luto acontece de pessoa para pessoa. Não existe
um tempo limite para o luto. Pode levar meses e anos para uma pessoa superar a
perda de alguém querido. Portanto, não compare, elogie/despreze alguém pelo
tempo que esse processo se faz na vida dela.
2) Olhar para os sentimentos
2) Olhar para os sentimentos
O que aquela pessoa que se foi representava para você? Qual era a
sua relação com ela? Essas perguntas são pertinentes a um processo de
análise/psicoterapia com o trabalho de
um psicólogo. Repare que muito do relacionamento que você tinha com essa
pessoa tem a ver com você mesmo e isso pode abrir portas para algo
semelhante que é a Melancolia: você
sabe “Quem perdeu” (a pessoa amada), mas não sabe ao certo “O que perdeu” (a
presença da pessoa, o suporte que ela te dava, a segurança, a certeza do amor
recíproco, por exemplo).
É possível sentir uma perda mesmo quando você não convive com a pessoa, mas
coloca sobre ela representações de sentimentos bons, associa a imagem dela aos momentos
positivos, a valores que são importantes para você. Veja o caso de celebridades
que deixam saudades na vida dos fãs através do que faziam e por quem eram, pelo
o que transmitiam a quem os assistia. Por exemplo: Se você gosta de um artista
e ele transmite paz, alegria, humildade, tem uma história de superação com a qual
você se identifica, essa perda será lembrada por você com pesar, porque tem
muito mais a ver com você que projetou
coisas suas nessa figura e se identificou com ela.
3) Chorar ou não?
3) Chorar ou não?
Eu vejo duas possibilidades: chorar
ou não, e você pode me perguntar o que é o certo. Há quem nem consiga chorar ou
que seja mais conformado com a morte e seja recriminado por isso, já que a maioria
das pessoas expressa a própria dor chorando. No entanto, não se pode medir a
dor de uma pessoa e nem julgá-la pela inexistência do choro.
Há os que choram muito e se veem
compreendidos pela aceitação dos que o deixam chorar. Racionalizar a dor, pensando de forma lógica no que aconteceu não é o indicado. Algo é
certo: Abafar o choro é prejudicial
para a saúde do enlutado. **Quem não vive adequadamente esse momento de
tristeza ou é impedido de chorar pode sofrer sintomas físicos e queixas
emocionais mais tarde por não ter elaborado a perda corretamente.**
4) Adaptação às mudanças
4) Adaptação às mudanças
A convivência com a pessoa falecida
incrementa a dor da perda e a ausência tende a ser sentida mais intensamente. No
caso de pessoas próximas, transformações na rotina dos que ficam são significativas,
o que gera diretamente um mal-estar.
Quando um membro da família morre, a função dos familiares é modificada, e
o lugar que essa pessoa ocupava passa a ser assumido por outra pessoa na tentativa de restaurar o equilíbrio que
existia na família. A ausência da pessoa que se foi é notada também por
essa movimentação inconsciente da família. Os planos anteriores da família
devem ser refeitos e essa acomodação demonstra a esperança de continuar a vida
em família e um legado positivo que o falecido deixou.
5) Espiritualidade
A espiritualidade é estudada
por cientistas da área da saúde e está relacionada à transcendência, a algo superior, que vai além do ser humano e da vida concreta material.
Acreditar em algo faz a diferença
nessas horas. Geralmente uma pessoa que tem fé em Alguém superior, num Poder maior
que rege o universo encontra mais
facilmente forças para continuar a própria vida.
Você sabia de todas essas informações?
A missão de um psicólogo é ajudar a quem passou por um luto recente ou não
elaborou uma antiga perda; é devolver para a pessoa o bem-estar e a resgatar a
energia antes recolhida no interior.
Espero ter te ajudado a
entender as tantas mudanças e cuidados necessários na vida de quem perdeu
alguém querido e auxilie indiretamente no processo de desenvolvimento dessas
pessoas.
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